Cancro: relatório europeu alerta para a necessidade de uma visão a longo prazo

No âmbito da Conferência Europeia sobre Doenças Crónicas 2014, foi apresentado na quinta-feira, em Bruxelas, um relatório independente sobre o acesso a tratamento oncológico de alta qualidade na Europa, conduzido pelo Swedish Institute of Health Economics (IHE) e patrocinado pela Janssen, avança comunicado de imprensa.

O relatório refere que, para alguns tipos de cancro, a passagem de uma condição de doença fatal para uma doença crónica está no horizonte. Neste contexto, medidas como garantir a qualidade de vida do doente estão a tornar-se mais importantes e há um maior foco em permitir uma integração contínua no mundo do trabalho e na sociedade – não só pelo que representa para o doente, mas também para a economia. O relatório referiu os avanços terapêuticos e a disponibilidade de tratamento oncológico de alta qualidade como cruciais para melhorar as taxas de sobrevivência e prognósticos dos doentes a longo prazo.

 

O relatório revela ainda desigualdades significativas no acesso ao tratamento oncológico na Europa e dá recomendações no sentido de remover as barreiras e melhorar o acesso a cuidados de saúde oncológicos de qualidade. Com base numa análise aos tipos de cancro colo-rectal, dos pulmões e da próstata, em França, na Alemanha, Polónia e Suécia, o relatório identifica áreas-chave para melhorar os resultados ao longo do caminho percorrido pelo doente oncológico, incluindo medidas de prevenção primária, diagnóstico e tratamento.

 

Embora o tratamento oncológico seja identificado como uma das áreas que gera maiores gastos financeiros nos sistemas de saúde, o estudo revelou que a introdução de novos medicamentos mais eficazes não aumenta os custos totais directos relacionados com cancro, especialmente a longo prazo. Aliás, medicamentos mais eficazes acabam por baixar os custos médicos ao diminuir a necessidade de outros recursos, tal como o internamento, e os custos indirectos diminuem ao aumentar as taxas de sobrevivência e ao reduzir as taxas de mortalidade. O estudo mostrou ainda que a despesa com medicamentos enquanto total das despesas de saúde não aumentou realmente em nenhum dos quatro países entre 2003 e 2011, levando a questionar a crença de que os medicamentos são a principal causa do aumento das despesas em saúde.

 

Adicionalmente, o relatório destaca também a inovação significativa a que se tem assistido no caso específico do tratamento oncológico nos últimos anos. Isto refere-se não só aos melhores resultados clínicos decorrentes de tratamentos inovadores, mas também à importância que têm, para os doentes e seus familiares, um diagnóstico mais preciso e atempado e uma qualidade de vida melhorada, resultando, por exemplo, em menos internamentos hospitalares.

 

Bengt Johnson, do Departamento de Economia da Escola de Economia de Estocolmo, co-autor e comentador do relatório, referiu: “Face aos cortes de austeridade e ao aumento das despesas com saúde, uma abordagem mais sustentável ao tratamento oncológico é fundamental para obter melhores resultados com os doentes. Apesar do valor dos novos tratamentos, a nossa pesquisa mostra desigualdades significativas no acesso aos medicamentos oncológicos nos quatro países estudados. França apresenta a introdução mais rápida e extensa de novos medicamentos oncológicos, seguida pela Alemanha”.

 

O cancro ainda é a segunda causa de morte na União Europeia e é responsável por cerca de 1,3 milhões das 5 milhões de mortes por ano. Adicionalmente, os 2,7 milhões de novos casos diagnosticados anualmente mostram que a carga da doença ainda constitui um peso significativo nas sociedades europeias. A Comissão Europeia já reconheceu há muito o peso do cancro, e o relatório “Acesso a tratamento oncológico de alta qualidade na Europa” é um passo proactivo para ajudar a explorar os desafios actuais no acesso ao tratamento oncológico e sugere um quadro de recomendações para o desenvolvimento de políticas para estabelecer um padrão sustentável e de alta qualidade para o tratamento oncológico na Europa.

“Um diálogo entre as várias partes, baseado em políticas bem fundamentadas, é fundamental para alcançar uma reforma sustentável dos sistemas de saúde”, considerou Jane Griffiths, Company Group Chairman da Janssen EMEA, no seu discurso na Conferência. Continuou referindo que “a Janssen tem orgulho em introduzir inovação que pode fazer uma verdadeira diferença na vida dos doentes oncológicos. Somos conduzidos pelo nosso compromisso em abordar áreas em que as necessidades ainda não foram supridas e fornecer soluções que façam a diferença nas vidas dos doentes e que beneficiem a sociedade”.

 

O relatório conclui que o maior desafio na política de saúde é garantir a igualdade de acesso ao melhor cuidado de saúde possível para todos os doentes oncológicos. Acrescenta que a eficácia na utilização de recursos é a chave para atingir este objectivo.

 

Aceda ao Relatório completo aqui: http://www.ihe.se/access-to-high-quality-oncology.aspx

 

Fonte: comunicado de imprensa