As crianças expostas ao fumo passivo têm o dobro do risco de desenvolverem, na idade adulta, doença pulmonar obstrutiva crónica, dá conta um estudo publicado na revista Respirology, avança o ALERT Life Sciences Computing.
A doença pulmonar obstrutiva crónica é uma doença crónica e progressiva que atinge os pulmões e tem como principais características a destruição de muito alvéolos e o comprometimento dos restantes. A limitação do fluxo respiratório está associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões a partículas ou a gases nocivos. Estima-se que esta doença afecte cerca de 5,3% da população portuguesa, sendo o tabagismo a sua maior causa.
Para este estudo os investigadores da Haukeland University Hospital, na Noruega, contaram com a participação de 433 adultos com doença pulmonar obstrutiva crónica e 325 saudáveis, para avaliarem os fatores de risco desta condição que causa dificuldades respiratórias crescentes ao longo do tempo.
O estudo apurou que em comparação com as mulheres que não foram expostas durante a infância ao fumo passivo, as que foram apresentavam um risco 1,9 vezes maior de desenvolverem doença pulmonar obstrutiva crónica. Para os homens, o risco de desenvolvimento desta doença pulmonar aumentou entre 1,5 a 1,7 vezes.
Os investigadores constataram que a exposição ao fumo passivo na infância era um factor de risco maior para o desenvolvimento da doença pulmonar obstrutiva crónica do que a exposição na idade adulta.
A autora do estudo, Ane Johannessen, conclui que estes resultados sugerem que o número de indivíduos afectados pela doença pulmonar obstrutiva crónica pode ser diminuído caso as crianças não sejam expostas ao fumo do tabaco. Por outro lado, estes também indicam que os fatores que afectam o desenvolvimento pulmonar no início da vida têm importantes consequências na idade adulta.